domingo, 27 de outubro de 2013

MRL/AL.:mais um capito da novela do Postalis

Renuncia do Diretor Financeiro do POSTALIS

Renuncia do Diretor Financeiro do POSTALIS
A renúncia do diretor financeiro do POSTALIS, no dia 09/10, fecha uma capitulo triste da história de nosso fundo de pensão. Desde o ano passado, aconteceram denúncias na imprensa (SEC), fiscalização da PREVIC e perdas em investimentos que abalaram a confiança no gestor financeiro do POSTALIS. O próprio conselho deliberativo reunidos em Novembro de 2012, discutiu a demissão de Ricardo Oliveira, que só se manteve no cargo pela mudança do voto de um conselheiro, que anteriormente votara na demissão do mesmo. Após a mudança 3 conselheiros votaram pela demissão e 3 conselheiros votaram pela permanência, cabendo ao presidente do conselho deliberativo a decisão final que foi a permanência do mesmo. 


Já no final de 2012, a fiscalização da PREVIC lavra 15 autos de infração sobre os diretores do POSTALIS. A Base dos autos de infração é ultrapassar a alocação de investimento por seguimento definido nos limites prudências da resolução do CVM(Comissão de Valores Mobiliários) 3792.

Com o passar do tempo, foi se mostrando que o resultado financeiro alcançado pelo fundo era desastroso. Apesar de ter apenas um ano como diretor financeiro, o executivo que foi funcionários do instituto por muitos anos, fora também gerente de aplicações por vários anos e membro do comitê de investimento do POSTALIS, tendo seu voto na maioria dos investimentos e na estratégia da alocação da carteira de investimento. Não podendo alegar falta de conhecimento. 

Em abril de 2013, com um déficit na casa dos 985 milhões, o conselho deliberativo do POSTALIS implanta um novo plano de custeio que define entre outras coisas a retomada de contribuições dos participantes saldados do plano BD, na ordem de 3,94% sobre o valor saldado. Efetivamente os péssimos resultados financeiros tem seu primeiro impacto sobre os participantes.

Em julho de 2013, o colegiado da PREVIC começa a julgar os recursos dos gestores do POSTALIS antigos e novos, contra os auto de infração aplicado pela fiscalização e confirmar por unanimidade a aplicação de multa conjugada com inabilitação dos  gestores.

A partir daquele momento temos um diretor financeiro multado em grau de recurso e inabilitado para as funções e parte de seu comitê de investimento nas mesmas condições. Em reunião realizada na sede da ANAPAR, 10 entidades de trabalhadores nos correios se mobilizam exigem a mudança do diretor financeiro, entre elas os SINTECT-AlagoasCampinas e  Ceará e a FENTECT. O manifesto foi endereçado a presidente Dilma Roussef, a Ministra chefe da casa Civil Gleisi Hoffman e ao Ministro das Comunicações Paulo Bernardes. 

Na semana do dia 09/10, o governo deu um ultimato ao Diretor Financeiro , ou o mesmo pedisse demissão ou seria demitido, segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo,  e o mesmo apresentou carta de renúncia ao conselho deliberativo do POSTALIS.

Lições que ficam 


Sede do POSTALIS, em Brasília
Sede do POSTALIS, em Brasília
Primeira lição que fica é a necessidade de atuarjunto ao conselho deliberativo do POSTALIS. Temos pessoas sérias lá dentro, mas  temos os interesses políticos e pessoais atuando também. Se o conselho que detém informações privilegiadas tivesse feito sua parte em 2012, hoje o POSTALIS estaria enfrentando outros desafios. Mas temos sim que dizer que os conselheiros Marcos SilvaRogério Ubine eTania Munari fizeram sua parte e votaram pela demissão deste diretor. Que o diretor só foi mantidocom a virada do voto do conselheiro eleito Reginaldo Alcantara e do conselheiro indicado Julio Vicente Lopes. E pelo voto normal e de minerva do presidente do conselho indicado pela ECT Ernani Coelho.

Que infelizmente apesar dos péssimos resultados apurados no fechamento do balanço em Março, que gerou retomada das contribuições dos participantes. Apesar das multas e inabilitações aplicadasnos gestores e confirmadas pelo colegiado da PREVIC. Nada se fez contra os gestores pelos conselhos, o que é lamentável, inclusive pelo conselho fiscal que é presidido por um conselheira eleita pelos trabalhadores e que tem o dever de fiscalizar os atos de gestão. Não se enxerga nada sobre estes episódios de atuação do conselho fiscal, nenhuma manifestação, como se nada disto fosse problema. Uma omissão preocupante!  Mais preocupante é o fato dos membros outrora do conselho deliberativo,  Reginaldo Alcântara e Julio Vicente que protegeram com seu voto no conselho deliberativo o diretor financeiro, ter sido eleito pelos trabalhadores e indicado pela empresa, desdeFevereiro 2013, e agora fazer parte do Conselho Fiscal. 

Porém a unidade de ação das entidades de trabalhadores junto a ANAPAR demonstrou que o caminho é atuar conjunto na luta pelo acompanhamento das ações junto ao nosso fundo de  pensão. A saída do diretor financeiro do POSTALIS não é a resolução de nossos problemas, a efetiva resolução de nossos problemas esta em criar uma gestão mais transparente, participativa. Para tanto necessitamos ter um comitê de investimento com a participação efetiva das entidades de representação dos trabalhadores. Precisamos ter a participação com mais comitês de assessoramentos em outras áreas. O POSTALIS tem de sofrer uma ação forte no sentido de garantir uma efetiva governança paritária.

O Postalis não é dos partidos políticos ou do governo de plantão. O Postalis é nosso, nossos benefícios previdenciários.

O Postalis não é dos partidos políticos ou do governo de plantão. O Postalis é nosso, para garantir nossos benefícios previdenciários. Esta luta tem de continuar, esperamos que este episódio sirva aos participantes para melhorar nossos olhares sobre a gestão de nosso fundo de pensão, e também para que as entidades possam se unir e atuar juntas, quando existe  uma junção das forças o resultado aparece.

O SINTECT  continuará atuando, fiscalizando as ações do POSTALIS, afinal lutamos para garantir nossa aposentadoria, que contribuímos por anos.