sexta-feira, 21 de agosto de 2020

AGÊNCIAS DOS CORREIOS DE ANDRADAS ADERIRAM À GREVE

 

Desde a última segunda-feira funcionários dos correios de todo o país estão em greve por tempo indeterminado, segundo declaração da federação nacional dos trabalhadores em empresas dos correios e similares. Em Andradas nesta quinta-feira a agencia funcionou no horário das 09 às 12 horas, mas não há informações se haverá atendimento nesta sexta. Nesta matéria produzida pela TV Poços os colaboradores explicaram porque aderiram ao movimento e o que os funcionários do correios estão reivindicando.

FONTE:http://www.tvandradas.com.br/2020/08/21/agencias-dos-correios-de-andradas-aderiram-greve/


TRABALHADORES DOS CORREIOS, EM GREVE, FAZEM MANIFESTAÇÃO EM CURITIBA

(Foto: Ernani Ogata)


Trabalhadores dos Correios, em greve por tempo indeterminado, fizeram uma manifestação nesta manhã de sexta-feira, 21, em frente as agências da Avenida João Negrão, no bairro Rebouças em Curitiba. 

Ele estão parados desde a última segunda-feira, 17 de agosto, em todo o País. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores os Correios no Paraná (Sitcom), a adesão no Paraná é de 70%

A paralisação ocorre por tempo indeterminado, em protesto contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados da pandemia

Em nota, os Correios alegam que 83% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente, e que já colocou em prática um plano de contig|ência para evitar impactos com a paralisação.

FONTE:https://www.bemparana.com.br/noticia/trabalhadores-dos-correios-em-greve-fazem-manifestacao-em-curitiba#.Xz_XxMhKjIU


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O MOMENTO JURÍDICO DA CAMPANHA SALARIAL DOS CORREIOS


Blog Postal Verde apresenta uma visão profunda e esclarecedora da situação atual dos Correios, mergulhado em um imbróglio jurídico com seus trabalhadores. Este trabalho jornalístico não busca trazer todas as respostas, mas ampliar a visão e a compreensão acerca deste cenário. Nesta entrevista, conversamos com o advogado Marcos de Moura Lourenço que é funcionário dos Correios e militante sindical desde 1994.

 

Marcos fique à vontade para falar um pouco sobre você.

 

Sou Marcos de Moura Lourenço trabalho nos Correios há 29 anos no cargo de Operador de Triagem e Transbordo, Representante Sindical do CTC Cidade Nova, tenho formação acadêmica em Direito, sou advogado desde 2009 com pós-graduação em Advocacia Cível e Trabalhista, com especialização em Didática do Ensino Superior Jurídica. Minha militância política vem desde os movimentos estudantis passando pelo movimento de comunidade na Associação dos Moradores e Amigos da Barreira em Santa

Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro onde fui Diretor e Vice-Presidente.

 

Como você enxerga o cenário atípico da atual negociação nos aspectos jurídicos e pandêmicos?

 

O atual cenário político e social agravado pelo quadro de Pandemia através do COVID-19 que assola o país são elementos que estão sendo utilizados de forma oportunista por parte das direções das empresas para elaboração de medidas que venham sacrificar e retirar direitos da classe trabalhadora. Baseados numa Sentença Normativa decidida no TST – Tribunal Superior do Trabalho no ano passado em que os trabalhadores dos Correios teriam os seus direitos estendidos até 31 de julho de 2021, isso fez com que a

categoria ficasse de certo modo contemplada, devido ao caos que se encontra o país. Através de uma decisão monocrática, inédita, exarada pela presidência do STF – Supremo Tribunal Federal, a Sentença Normativa teve o seu encerramento abrupto no dia 31 de julho de 2020, obrigando a categoria a uma nova negociação enquanto aguarda o desfecho do julgamento da decisão do STF previsto acontecer entre os dias 14 a 21 de agosto de 2020.

 

A direção da empresa diz que não está retirando benefícios. Qual o paralelo pode ser feito entre a Sentença Normativa que se encerrou e a CLT?

 

A empresa se aproveitando da pandemia quer retirar direitos históricos conquistados em muitas décadas de lutas coletivas rebaixando todos eles ao patamar da CLT. Cabe ressaltar que o Correios é a empresa em que se paga os menores salários praticados dentre todas as estatais e esses benefícios e direitos concedidos em um nível um pouco acima da CLT é uma forma de contrabalancear os salários tão baixos praticados pelos Correios

ao longo dos anos. Ao ajuizar a suspensão da liminar no STF, os Correios, portanto, já se utiliza desse instrumento reduzindo o valor do Vale Alimentação, da Cesta Básica, aumenta a mensalidade na co-participação do plano de saúde para o patamar de 50% de custeio, ou seja, na pratica a empresa busca retirar 70 das 79 clausulas que estão inseridas na Sentença Normativa. Agindo dessa forma, a empresa faz com que os trabalhadores dos Correios em plena pandemia fiquem na iminência de perder direitos históricos e, conseqüentemente faz com que a dignidade humana desses valorosos trabalhadores seja afetada consideravelmente e de forma negativa.

 

Qual a sua expectativa em relação ao julgamento da Liminar no STF que acontecerá entre os dias 14 e 21 de agosto?

 

Com relação ao julgamento do STF que teve início no 14/08 que poderá se estender até o dia 21/08 espero que o parecer do procurador-geral da República, Augusto Aras venha prevalecer, pois diz que não é de competência do STF fazer tal julgamento por não ser matéria de cunho constitucional afirmando assim, a prevalência do teor de uma Sentença Normativa julgada pelo TST. Neste sentido é de vital importância a pressão da classe trabalhadora dos Correios, na greve que terá início no dia 17 às

22h00minh, para que a Suprema Corte brasileira tenha a plena ciência dos malefícios causados por essa suspensão de liminar que além de aumentar consideravelmente o valor da mensalidade e na co-participação do plano de saúde, promoverá em plena pandemia, perdas de direitos conquistados a mais de 30 anos.

 

O trabalhador pode acreditar no que diz a Direção da empresa, reverberado na mídia tradicional, quanto à falta de recursos financeiros para custeio de seus funcionários?

 

É obvio que a empresa vem apresentando lucro em sua balança comercial. Em 2019 a empresa teve um lucro de 102 milhões. Este ano, em plena pandemia ela está registrando um aumento de 25% nas postagens de encomenda (digo: PAC, SEDEX e ENCOMENDAS INTERNACIONAIS) que corresponde a um incremento muito grande no faturamento da empresa no setor do e-commerce. Esse aumento considerável no setor de encomendas promove um maior faturamento da empresa. Portanto é pura falácia quando ela coloca na mídia que está tendo prejuízo.

 

Qual o objetivo da empresa ao fazer com que a mídia incorpore a idéia de que está tendo prejuízo?

 

Fortalecer o argumento da privatização. A contradição se dá em

verificar que o salário de um Carteiro gira em torno de R$ 1.750,00

enquanto o General Presidente, que não entende nada de Correios, ganha R$ 47.000,00 e seus apadrinhados vices presidentes R$ 42.000,00, isso só nos Correios. E esse General ainda coloca como apadrinhados no POSTAL SAUDE, Assessores Especiais, que irão ganhar uma bagatela de R$ 27,000,00 de salário mensal custando aos cofres dos Correios R$ 2,4 milhões por ano. Vale lembrar que a POSTAL SAÚDE só passou a pagar estes valores, por ordem do General. Portanto é fácil concluir: se a empresa de fato estivesse tendo prejuízo financeiro, esses altos gestores deveriam ter cortado em pelo menos 70% de seus proventos salariais mensais.

 

A greve deflagrada para o dia 17de agosto pode desencadear um novo processo no TST? Quais as conseqüências neste caso?

 

Caso haja por parte de algum ministro (a) o pedido de vistas no julgamento do STF ou julgue no mérito a liminar a favor da ECT, torna-se mais que necessário que o jurídico da FENTECT entre com o pedido de PMPP – Procedimento de Mediação Pré-processual junto ao TST para que se busque o restabelecimento da Sentença Normativa julgada pelo próprio TST para que não fiquemos sem Acordo Coletivo ou Sentença Normativa.

 

É mais que necessário diante do quadro apresentado que a classe

trabalhadora, a sociedade de um modo geral e, especificamente, a

categoria ecetista tenha em mente que lutar passa a ser a única alternativa para que não aconteça o pior para todos (as) que é a privatização dos Correios. Portanto do Oiapoque ao Chuí que façamos uma grandiosa greve a partir do dia 17 para que possamos minimamente garantir nossos direitos e benefícios.

 

É necessária uma união de todos os setores da empresa dos Carteiros, Atendentes, OTTs, Motoristas, a área administrativa. Que todos nós estejamos imbuídos no sentido de defender tudo aquilo que nos é de direito. Fica aqui como minha mensagem final que todos os trabalhadores dos Correios do Brasil possam fazer uma grandiosa greve a partir do dia 17 de agosto.


Joel Arcanjo Pinto
Jornalista colaborador do blog Postal Verde.