terça-feira, 21 de junho de 2016

CORREIOS TENTAM REVERTER PREJUÍZOS

Com quedas vultosas de receita, a situação financeira dos Correios não está nada boa. A lista de imbróglios é grande e reúne déficit de R$ 2,1 bilhões em 2015, queda de R$ 6 bilhões para R$ 1 bilhão nas reservas, entre os anos de 2012 e 2015, e prejuízo de R$ 700 milhões até abril deste ano. A junção desses fatores, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE), está levando ao sucateamento da estatal, que anda com o quadro de servidores defasado e, para minimizar os efeitos negativos em suas contas, já começa a praticar reajustes em alguns serviços para o consumidor. As tarifas postais serão elevadas em 10,7% para serviços nacionais e internacionais.

Segundo o secretário de finanças do Sintect-PE, Hálisson Tenório, há controvérsias sobre a situação econômica da estatal. “Com base nas atas do Conselho Fiscal, do Conselho Administrativo, da diretoria executiva e da assembleia geral dos acionistas, a Fentect contratou uma consultoria para avaliar o que eles (os Correios) alegam. Vimos gastos exorbitantes com patrocínios que variam de R$ 1 milhão a R$ 300 milhões para projetos e contratações diretas de empresas, sem licitação, para consultoria. Ao meu ver, a empresa que alega estar deficitária, não tem necessidade de gastar com isso”, justificou.

Na visão de Tenório, esses impasses impactam, além do consumidor, o trabalhador. “Impõe sacrifícios para os trabalhadores, com ausência de concurso público, falta de condições de trabalho, sobrecarga e, por consequência, adoecimento. Atualmente, no País, existe uma defasagem de 16 mil trabalhadores nos Correios. Em Pernambuco, essa realidade é de 600 trabalhadores.”, explicou o secretário de finanças. 

Ele ainda vai além. “Acreditávamos que a empresa estava com uma reserva de R$ 6 bilhões em 2012. Três anos depois esse número caiu para R$ 1 bilhão. Isso não consta no balanço e, por isso, acreditamos se tratar de uma manobra contábil para dizer que a empresa está mal das pernas. Com qual intuito? Arrumar argumentos para privatizá-la ou abrir o capital da empresa para venda de ações, como já foi ventilado pelo presidente interino, Michel Temer”, arrematou. Procurada, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não respondeu aos questionamentos da reportagem.


FONTE: http://www.folhape.com.br/economia/2016/6/correios-tentam-reverter-prejuizos-0195.html