Agência dos Correios no bairro Kobrasol, em São José
Foto: Julio Cavalheiro / Agencia RBS
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Encerrado na última sexta-feira, o plano previa uma economia
inicial de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão em todo o país por ano. Mas com um
número de demissões abaixo do esperado, os Correios ainda não sabem o resultado
da reestruturação. De acordo com a empresa, mesmo com a saída dos
trabalhadores, não há indicativo de agências fechadas no Estado. Em outros
locais do país, 5% da rede de atendimento própria dos Correios, que hoje é
composta por cerca de 6,5 mil agências, devem ser fechadas. Segundo os
Correios, "a medida não afetará as demais unidades como as filiais
comunitárias e franqueadas".
Apesar da negativa da empresa, o Sindicato dos Trabalhadores na
Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina
(Sintect/SC) afirma que desde 2015 pelo menos 60 agências foram fechadas no
Estado. Além disso, conforme o presidente da entidade, Gilson Vieira, os planos
de demissão incentivada têm a intenção de "mandar os funcionários mais
velhos embora".
— É um jeito de mandar os funcionários mais velhos para enxugar
a máquina realmente. A empresa tem o maior número de empregos comissionados do
país, e para manter esses salários eles têm que tirar os carteiros e
funcionários.
SC tem déficit de 1 mil
funcionários, diz sindicato
De acordo com o Sintect,
SC conta com um déficit de 1 mil funcionários e as condições de trabalho estão
cada vez mais precárias. Em SC, a entrega de cartas funciona no chamado
"plano de distribuição alternada". Com isso, o atraso de cartas e
correspondências é cada vez mais comum.
— Infelizmente, é uma operação macro para sucatear a empresa e
vender os Correios. E os funcionários sofrem cada vez mais com os problemas de
estrutura nas agências e locais de trabalho — explicou Gilson.
A estatal, que tem o monopólio da entrega de cartas pessoais e
comerciais, cartões-postais e malotes e pouca concorrência em cidades do
interior, encerrou o ano passado com prejuízo de R$ 2 bilhões, número
semelhante ao de 2015. Trata-se do quarto ano consecutivo que os Correios
fecham no vermelho.
Para incentivar a adesão, a empresa ofereceu indenização de até
35% do salário por no máximo oito anos. Esse valor, chamado de Incentivo
Financeiro Diferido (IFD), será reajustado anualmente com base na inflação
oficial. Segundo a empresa, não haverá sobre essa indenização incidência de
tributos, como impostos de renda, INSS e FGTS. No caso de falecimento do
empregado, a indenização será mantida aos herdeiros. O benefício tem teto de R$
10 mil mensais e o cálculo leva em consideração a média dos salários recebidos
nos últimos 60 meses e o tempo de serviço nos Correios, além da idade.
FONTE:http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2017/02/188-funcionarios-em-santa-catarina-aderem-ao-plano-de-demissao-voluntaria-dos-correios-9728365.html