sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

188 FUNCIONÁRIOS EM SANTA CATARINA ADEREM AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA DOS CORREIOS

Agência dos Correios no bairro Kobrasol, em São José
Foto: Julio Cavalheiro / Agencia RBS
Apenas 188 funcionários dos Correios aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) em Santa Catarina. O índice, segundo o levantamento apresentado na tarde desta quarta-feira, corresponde a 4,5% dos empregados da estatal em SC e 2,8% dos servidores aptos a aderirem ao plano em todo o país. Atualmente, a empresa conta com 4.175 empregados em SC e 117 mil no Brasil. Destes, cerca de 8 mil estavam aptos a participar do PDV. 
Encerrado na última sexta-feira, o plano previa uma economia inicial de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão em todo o país por ano. Mas com um número de demissões abaixo do esperado, os Correios ainda não sabem o resultado da reestruturação. De acordo com a empresa, mesmo com a saída dos trabalhadores, não há indicativo de agências fechadas no Estado. Em outros locais do país, 5% da rede de atendimento própria dos Correios, que hoje é composta por cerca de 6,5 mil agências, devem ser fechadas. Segundo os Correios, "a medida não afetará as demais unidades como as filiais comunitárias e franqueadas".
Apesar da negativa da empresa, o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect/SC) afirma que desde 2015 pelo menos 60 agências foram fechadas no Estado. Além disso, conforme o presidente da entidade, Gilson Vieira, os planos de demissão incentivada têm a intenção de "mandar os funcionários mais velhos embora".
— É um jeito de mandar os funcionários mais velhos para enxugar a máquina realmente. A empresa tem o maior número de empregos comissionados do país, e para manter esses salários eles têm que tirar os carteiros e funcionários.
SC tem déficit de 1 mil funcionários, diz sindicato
De acordo com o Sintect, SC conta com um déficit de 1 mil funcionários e as condições de trabalho estão cada vez mais precárias. Em SC, a entrega de cartas funciona no chamado "plano de distribuição alternada". Com isso, o atraso de cartas e correspondências é cada vez mais comum.  
— Infelizmente, é uma operação macro para sucatear a empresa e vender os Correios. E os funcionários sofrem cada vez mais com os problemas de estrutura nas agências e locais de trabalho — explicou Gilson. 
A estatal, que tem o monopólio da entrega de cartas pessoais e comerciais, cartões-postais e malotes e pouca concorrência em cidades do interior, encerrou o ano passado com prejuízo de R$ 2 bilhões, número semelhante ao de 2015. Trata-se do quarto ano consecutivo que os Correios fecham no vermelho.
Para incentivar a adesão, a empresa ofereceu indenização de até 35% do salário por no máximo oito anos. Esse valor, chamado de Incentivo Financeiro Diferido (IFD), será reajustado anualmente com base na inflação oficial. Segundo a empresa, não haverá sobre essa indenização incidência de tributos, como impostos de renda, INSS e FGTS. No caso de falecimento do empregado, a indenização será mantida aos herdeiros. O benefício tem teto de R$ 10 mil mensais e o cálculo leva em consideração a média dos salários recebidos nos últimos 60 meses e o tempo de serviço nos Correios, além da idade. 
FONTE:http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2017/02/188-funcionarios-em-santa-catarina-aderem-ao-plano-de-demissao-voluntaria-dos-correios-9728365.html