A greve dos trabalhadores dos Correios ganhou ainda mais força
na noite dessa quinta-feira (21) com a adesão de mais um estado. O Acre, em
assembleia, aprovou a greve na região. Já são quase 30 sindicatos filiados
participando dessa mobilização que promete ser histórica para a estatal.
Diversas atividades estão em andamento por todo o País, para que todos os
empregados entendam a importância de se unirem ao restante da categoria e para
que a população saiba dos riscos da queda da qualidade dos Correios e de uma
possível privatização.
Há anos a empresa tem recebido prêmios de confiabilidade entre a
população, com reconhecimento pelos serviços prestados e o atendimento ao
público. Patrimônio nacional, com mais de 350 anos de história, a estatal
exerce o papel fundamental e constitucional de garantir acesso à comunicação às
cidades e municípios mais distantes dos principais eixos e capitais do Brasil.
Os Correios vão, de norte a sul, a locais onde as empresas do setor privado não
têm interesse de chegar.
O sucateamento da estatal é justamente uma estratégia da direção
para vender a empresa ao mercado. Diariamente, a mídia veicula notícias do
presidente dos Correios, Guilherme Campos, e do ministro das Comunicações,
Gilberto Kassab, falando sobre a possível privatização da empresa,
principalmente, em caso de não colaboração da categoria. São ameaças sob
ameaças, com assédio moral dirigido aos trabalhadores, que têm sido penalizados
com cortes de direitos e descontos surreais para o piso salarial dos ecetistas.
Vale destacar que é o pior entre as categorias de estatais e empresas públicas,
apenas R$ 1.200,00.
Logo, a greve tem como objetivo denunciar esses problemas
lançados pela má-gestão dos Correios, que investe em cargos de indicações
políticas, cabides de emprego, altos salários para pessoas desabilitadas a
administrarem a estatal, além de gastos com outras situações nas quais poderia
economizar em nome dos números dos Correios, como patrocínios, viagens para
vice-presidentes, consultorias etc.
Os trabalhadores dos Correios sabem que a empresa funciona e
pode ir além, com agilidade e eficiência. Entre as soluções para os Correios,
na visão da categoria, está o fim dos interesses políticos, com uma seleção
adequada de pessoal interno e apto a administrar a empresa, e o apoio do
governo federal à estatal, com a fidelização de serviços públicos, campanhas e
programas sociais, também nas operações logísticas.
Enquanto isso, a greve continua em todo o país e tem ganhado
mais apoio, a cada dia. Mesmo com o dissídio da ECT no Tribunal Superior do
Trabalho (TST), o comando de negociação está em Brasília agindo a cada hora em
busca de soluções. Em Brasília, hoje (22), os trabalhadores em greve se uniram
em um ato para cobrar do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, uma
negociação digna e respeitosa ao Acordo Coletivo de Trabalho 2017-18 da
categoria.
A FENTECT orienta a todos os trabalhadores de base que ainda não
fazem parte da mobilização para que se unam aos demais que já aderiram à greve.
A força da categoria vem da junção dos interesses dos os ecetistas, já que o
acordo vale para todos. E para que um trabalhador não decida pelo futuro do
outro, é necessário que as assembleias estejam sempre cheias, com
representatividade, e sejam unânimes nas decisões.
FONTE: http://www.fentect.org.br/noticia/mobilizacoes-ganham-forca-em-todo-o-brasil-com-mais-adesao-a-greve-dos-trabalhadores/