São 40 equipes no Rio de Janeiro, três no interior do estado; 10 no Distrito Federal; 11 em São Paulo e uma equipe em Alagoas. Foto: Fotos Publicas/ Arquivo
A Polícia Federal (PF)
abriu no início da manhã desta quinta-feira, dia 1º, a Operação Pausare. A
ação, que vai durar 48 horas, mira um esquema de desvio de recursos
previdenciários do fundo Postalis, o Instituto de Seguridade Social dos
Correios e Telégrafos. A Pausare ocorre em regime de esforço concentrado pelos
próximos dois dias em São Paulo, no Rio de Janeiro, Distrito Federal e em
Alagoas.
No total serão 62 equipes policiais, que nas próximas horas cumprirão
aproximadamente 100 mandados judiciais, além de empregarem todas as técnicas de
investigação necessárias. São 40 equipes no Rio de Janeiro, três no interior do
estado; 10 no Distrito Federal; 11 em São Paulo e uma equipe em Alagoas.
A Pausare é consequência de um conjunto de auditorias de órgãos de
controle encaminhados pelo MPF, que identificaram má gestão, irregularidades e
impropriedades na aplicação dos recursos do Postalis.
"A missão da PF é investigar as repercussões criminais da atuação
desse grupo de pessoas no desvio de recursos do Fundo", diz nota da PF.
"Em razão da má gestão dos recursos, dos desvios investigados - hoje o
déficit da Postalis é de aproximadamente R$ 6 Bilhões - e para enfrentar o
desequilíbrio nas contas do fundo, aposentados e funcionários da ECT, além do
Tesouro Nacional, tiveram de aumentar a contribuição para o fundo de
previdência."
Entre os alvos das medidas judiciais há pessoas físicas, em especial
empresários em suposto articulação com gestores do fundo de pensão, bem como
dirigentes de instituição financeira internacional. Também serão alvos dos
policiais federais pessoas jurídicas, entre elas empresas com títulos em bolsas
de valores e instituições de avaliação de risco.
Em razão da dimensão dos desvios investigados, da complexidade dos
crimes e do volume de documentos que se projeta encontrar, a PF optou por
utilizar na Operação Pausare uma doutrina que dá maior ênfase à multiplicação
das oportunidades para a investigação policial, realizando a análise da
pertinência dos documentos e mídias, além de outros atos de apuração, nos
próprios locais de busca, criando novas possibilidades investigativas e
aumentando a agilidade, eficácia e a transparência do trabalho de investigação
policial.
A meta das equipes policiais convocadas para o trabalho é buscar o esgotamento
de todas possibilidades de investigação nas primeiras horas da ação, quando a
organização criminosa encontra-se desarticulada e a equipe de mais de 200
policiais toda mobilizada.
Nesta configuração, as equipes policiais atuam não como equipes de
buscas, mas sim como equipes investigativas que, em até 48h, devem elaborar
relatórios parciais sigilosos que auxiliarão o trabalho dos investigadores
responsáveis pelo caso.
O nome da operação faz referência ao infinitivo presente do verbo latino
pauso - pausare -, palavra empregada com o sentido de aposentadoria.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
decretou, em outubro de 2017, a intervenção na entidade que tem 140 mil
participantes. O Postalis é o maior fundo de pensão brasileiro em número de
participantes e responsável por administrar um patrimônio de R$ 8,77
bilhões.
Até o fim de 2015, o plano de benefício definido do fundo (um tipo de
plano mais antigo, que foi suspenso a novos participantes, em que o benefício
era previamente estipulado, independentemente da evolução das contribuições)
acumulava rombo de R$ 7,2 bilhões. No ano passado, o plano voltou a ter
déficit, de R$ 1,1 bilhão.
Boa parte do rombo é consequência de maus investimentos, como papéis
atrelados à dívida da Argentina e da Venezuela a aplicações em títulos de
bancos liquidados (Cruzeiro do Sul e BVA) e ações de empresas de Eike Batista.
FONTE:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2018/02/01/internas_economia,740191/pf-abre-operacao-pausare-contra-fraudes-no-fundo-postalis.shtml
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