sábado, 29 de janeiro de 2022

RETOMAR A LUTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS – RESISTIR E LUTAR

 

Um novo ano legislativo se inicia e as incertezas continuam para o conjunto da classe trabalhadora, em especial nos Correios.

Parece que a pandemia que vem assolando o mundo e nosso país não irá terminar nunca. O negacionismo e o charlatanismo governamental têm piorado o processo de recuperação econômico-social, bem como levado a classe trabalhadora a uma exposição desumana ao flagelo do século, a Covid-19. Nesse cenário desafiador temos entre outras tarefas revitalizar a luta contra a venda dos Correios pela importância à soberania nacional, bem como por sua função social estratégica como elo de ligação fundamental do povo com suas instituições. Como é sabido, o Projeto de Lei 591 está na CAE – Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal aguardado julgamento do parecer do relator.

A luta árdua travada durante todo o ano de 2021 surtiu um efeito temporário retardando a tramitação do projeto, porém, embora o atual governo pareça moribundo e sem política não podemos baixar à guarda e nos acomodar neste momento crucial de definição do desfecho desta matéria que impacta a vida de todos nós: Instituições, sociedade e trabalhadores.

Os Correios prestam um serviço essencial de inegável relevância, conectando as mais diversas oportunidades de negócios, bem como na interação de entes estatais com a população. É inimaginável o funcionamento dos negócios na pandemia sem os Correios.

É preciso destacar que os Correios não são só uma marca, mais um conjunto de ações, iniciativas, modelos de negócios e pessoas que movimenta uma máquina gigantesca e insuperável de atividades logísticas e postais.

Tentar simplificar o Negócio-Correio é no mínimo falta de conhecimento para não imaginar pura má fé. O atual governo tenta minimizar a luta contra a privatização reduzindo a um lobby corporativo de trabalhadores, porém os números e o engajamento mostram a amplitude desta luta, não por um nicho empresarial e funcional que beneficiaria poucos privilegiados, mas para a grandeza de uma empresa com mais de 350 anos de expertise com penetração em todo território nacional. Desde o império os Correios são um elo de integração do povo e responde pelo desenvolvimento de amplas regiões e setores do nosso país. Os Correios sempre contribuíram para o crescimento da nossa nação. Vender os Correios significa vender parte da alma da nossa gente e a luta contra esse crime é de todos nós. Todos serão atingidos, direta e indiretamente, por essa atitude de lesa-pátria. O pequeno empreendedor que envia seus produtos com preços razoáveis terá que arcar com o aumento das tarifas por quem só visa o lucro. As pequenas prefeituras que usam os serviços postais públicos para baratear suas comunicações e ações sociais, também, órgãos de segurança e inteligência empresarial verão na quebra da inviolabilidade da correspondência um fantasma, já que passa a ter como garantia só a palavra da empresa privada (que pode até ser concorrente). O próprio governo federal poderá ficar refém de preços abusivos para manter programas como entrega de livros, vacinas, Enem e eleições. A precarização do trabalho não irá afetar só os trabalhadores e suas famílias, pois sem uma carreira e garantias não haverá aderência e compromisso.

A partir da próxima semana dia 7 de fevereiro de 2022 a Fentect e os sindicatos de todo país estarão retomando os trabalhos do comitê de luta contra a privatização dos correios em Brasília, porém essa luta não se resume as ações do comitê. Cada trabalhador e trabalhadora é uma peça chave para o sucesso dessa empreitada. Assim como nenhuma liderança é a mais importante, nenhum companheiro ou companheira de base é irrelevante. Todos são imprescindíveis.

Por: Joel Arcanjo Pinto


 



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