Segundo determinação do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT) será retirada do Programa Nacional de Desestatização (PND). O
despacho foi publicado na segunda-feira e faz parte de uma ampla revogação de
medidas assinadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que também exclui do
PND outras sete estatais.
Apesar da resistência inicial de sindicatos
com a indicação de um nome do União Brasil para o Ministério das Comunicações —
pasta a que a empresa está vinculada —, o ministro Juscelino Filho ressaltou
que a intenção é investir nos Correios.
A mudança de olhar para a empresa trouxe
"um sentimento de alívio" aos funcionários. Segundo Marcos César
Alves Silva, assessor especial da Associação dos Profissionais dos Correios
(Adicap), o governo de Jair Bolsonaro (PL) dava a entender que queria se livrar
da companhia a qualquer custo. Em 2022, a empresa teve R$ 1,5 bilhão de lucro.
Na
avaliação do servidor, a expectativa de aumento de investimentos é importante a
empresa tem vários gargalos, como a falta de trabalhadores. "É preciso
reforçar o quadro da empresa. Apesar da queda de demanda de cartas, houve
explosão do comércio eletrônico. Desde 2011, a empresa não faz concurso
público. Isso prejudica a logística de entrega em alguns locais, além de
atrapalhar a qualidade do serviço", disse. Atualmente, a ECT possui 87.351
empregados, 12 mil a menos que os 99.412 de 2019. Segundo Marcos, a empresa
chegou a ter 118 mil servidores.
Por outro lado, o compromisso
do governo de revogar a estatização dos Correios e de outras empresas foi vista
com reserva pelo mercado. Segundo o economista Jefferson Laatus, estrategista
do Grupo Laatus, o mercado já esperava esse movimento de Lula, mas não nos
primeiros dias de governo.
"A suspensão de privatizações já era
esperada, mas o mercado não esperava que fosse tão rápido. Isso o mercado vê
com maus olhos, porque teme o uso de estatais para controlar inflação, e
distribuir cargos. Em última instância, há receio de que elas sejam usadas como
instrumento de corrupção."
Além dos Correios, foram retiradas do PND
Empresa Brasil de Comunicação (EBC); Dataprev; Nuclebrás Equipamentos Pesados
S.A. (Nuclep); Serpro; imóveis da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab);
Petrobras; e Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural
(PPSA).
FONTE:https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2023/01/5063946-fora-do-quadro-de-privatizacao-correios-receberao-investimentos.html
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