terça-feira, 23 de maio de 2017

REESTRUTURAÇÃO DOS CORREIOS IRÁ RESULTAR EM OITO AGÊNCIAS FECHADAS NO INTERIOR DO RIO

Oito agências dos Correios no interior do Rio fecharão as portas a partir desta sexta-feira (26) por conta de uma reestruturação anunciada pela instituição. O atendimento em Lumiar, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, será o primeiro a ser interrompido. Também serão fechadas unidades em Araruama, Campos dos Goytacazes, Duas Barras e Petrópolis. O motivo, segundo os Correios, é evitar "sobreposição de atividades e de custos, fruto de uma reestruturação pela qual os Correios passam".

Os Correios afirmam que nenhum município ficará sem atendimento e que todos os empregados serão remanejados, ou seja, não haverá perda de emprego. A mudança não afetará a entrega de correspondências, de acordo com a instituição.

A agência de Goitacazes, na Avenida Raul Souto Maior, 316, em Campos dos Goytacazes, fechará no dia 2 de junho; a agência de Monnerat, na Rua Doutor Porciuncula, 5, em Duas Barras, encerrará as atividades no dia 30 de junho.

A previsão dos Correios é que as agências de Santo Eduardo e Travessão, em Campos; São Vicente de Paula, em Araruama; e na Posse e na Rua Tereza, em Petrópolis, fechem no segundo semestre de 2017.
O projeto para fusão de agências está sendo implementado em aproximadamente 250 unidades de todo o país em municípios acima de 50 mil habitantes. Segundo os Correios, a implantação das mudanças está sendo gradual.

Como ficará o serviço

Em Campos dos Goytacazes, os Correios terão suas atividades realizadas por quatro agências próprias, três agências franqueadas, 24 agências comunitárias, o Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) e o Centro de Entrega de Encomendas (CEE) na cidade.

Em Nova Friburgo, continuarão operando três agências próprias, três agências franqueadas, três agências comunitárias e um CDD.
Já em Duas Barra e Araruama, serão duas agências próprias e duas agências comunitárias em cada uma das cidades.


Em Petrópolis, além de seis agências próprias e quatro agências franqueadas, um CDD e um CEE continuarão trabalhando normalmente.

FONTE:http://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/reestruturacao-dos-correios-ira-resultar-em-oito-agencias-fechadas-no-interior-do-rio.ghtml


segunda-feira, 22 de maio de 2017

BANDIDOS ASSALTAM DOIS CAMINHÕES DOS CORREIOS E FAZEM MOTORISTAS REFÉNS

Após levar parte da mercadoria de apenas um caminhão, os bandidos liberaram os reféns. Foto: PF/ Divulação
Dois caminhões dos Correios foram tomados de assaltos e os dois motoristas foram feitos reféns. A abordagem aconteceu por volta das 3h da madrugada desta segunda-feira, de acordo com a Polícia Federal (PF), loho após a cidade de Goiana, já no estado da Paraíba. Os caminhões haviam saído do Recife e seguiam para Natal, no Rio Grande do Norte.

Pelo menos quatro homens armados, a bordo de um carro, interceptaram os caminhões. Eles marraram os motoristas e assumiram a direção dos veiculos, seguindo em direção a Pernambuco até um canavial entre os municípios de Igarassu e Itapissuma. Após levarem parte da mercadoria de apenas um caminhão, os bandidos liberaram os reféns. A Polícia Militar (PM) foi acionada e enviou uma equipe ao local.

Outro caso -
 Em dezembro do ano passado, um caminhão que transportava encomendas também foi interceptado na BR-101, perto do município de Escada. A investida aconteceu por volta das 7h20 do dia 12 de dezembro e durou cerca de uma hora.


De acordo com a Polícia Federal, três suspeitos, dois a bordo de um veículo passeio e outro em uma moto, posicionaram os veículos na frente do caminhão, em um trecho íngreme da rodovia. Um deles, armado com revólver calibre 38, forçou o motorista a seguir para um local às margens da BR onde a vegetação nativa dificultava a visão de que passava pela rodovia. No local, o motorista foi ameaçado  e forçado a baixar a cabeça para não olhar para os rostos dos suspeitos, alguns encobertos.

Os bandidos roubaram as encomendas, que foram colocadas dentro do carro. A maior parte da carga era de produtos eletrônicos que estavam sendo levados para os municípios de Ribeirão, Gameleira, Joaquim Nabuco, Palmares, Água Pretas e Xexéu. O trio grupo fugiu deixando caminhão e motorista no local. As políciais Militar e Civil foram acionadas, realizaram diligências, mas ninguém foi preso.

FONTE:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2017/05/22/interna_vidaurbana,704972/bandidos-assaltam-dois-caminhoes-dos-correios-e-fazem-motoristas-refen.shtml


terça-feira, 16 de maio de 2017

CORREIOS VÃO REABRIR PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA NESTE MÊS

Correios: segundo Guilherme Campos, presidente da estatal, 5,5 mil trabalhadores aderiram ao PDV, mas boa parte teria desistido (Agência Brasil/Agência Brasil)
Brasília – O presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse que a empresa vai reabrir o Plano de Demissão Voluntária (PDV) para seus funcionários.
O programa, aberto entre janeiro e fevereiro, não atingiu a meta, que era de 8 mil empregados, com previsão de economia entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão.
“Devemos reabrir o programa ainda no mês de maio”, afirmou, após participar de audiência pública.
Segundo Campos, 5,5 mil trabalhadores aderiram ao PDV, mas boa parte teria desistido. Os números ainda não foram fechados.
As condições serão as mesmas do PDV anterior. Os Correios têm cerca de 17 mil funcionários elegíveis ao programa, com mais de 55 anos ou mais de 15 anos de tempo de serviço.
Campos disse ainda que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai mediar um solução para o Postal Saúde.
O plano de saúde é a principal causa do rombo da empresa que, em 2016, deve registrar prejuízo de R$ 2 bilhões.
O balanço ainda não foi publicado. Em 2015, o prejuízo foi de R$ 2,1 bi, dos quais R$ 1,6 bi foram causados pelo plano.
De acordo com ele, a proposta dos Correios é arcar com 100% das despesas com saúde de seus trabalhadores e aposentados.
As despesas com dependentes seriam arcadas pelos empregados, mas, nos anos em que a empresa registrar lucro, ela contribuiria com 15% desse gasto.
Hoje, o Postal Saúde tem 400 mil vidas, sendo 110 mil funcionários ativos e 30 mil aposentados. O restante são dependentes, além de pais e mães dos empregados.
Os Correios arcam com 93% das despesas do plano, e os funcionários e aposentados, com 7%. “É insustentável”, disse Campos.
O presidente dos Correios disse que o plano de recuperação da empresa pode evitar sua privatização.
Ele disse a venda dos Correios só será realizada se as ações não forem suficientes para socorrer a companhia.
No curto prazo, o objetivo é cortar despesas e melhorar os serviços para evitar perda de participação do mercado.
No médio prazo, a meta é elevar a presença dos correios no serviço de entregas.
Entre as ações futuras, Campos citou a exploração de serviços de logística e loterias, complementares às da Caixa, na área de esportes.
Segundo ele, os brasileiros gastam R$ 2 bilhões por ano no exterior em sites de apostas esportivas.

Ele destacou ainda que a rede dos Correios em todo o País poderia ser usada como agência de atendimento dos governos federal, estaduais e municipais, semelhante ao Poupatempo paulista.
FONTE:http://exame.abril.com.br/negocios/correios-vao-reabrir-plano-de-demissao-voluntaria-neste-mes-2/

quinta-feira, 11 de maio de 2017

LIMINAR BARRA TRANSFERÊNCIA ILEGAL DE FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS

A juíza Roberta de Melo Carvalho, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, suspendeu liminarmente a transferência de empregados dos Correios ocupantes de cargos de nível superior e técnico, lotados na área administrativa, para unidades operacionais da empresa.

A liminar foi concedida após a direção dos Correios comunicar a transferência dos funcionários por meio de circulares, sob a alegação de “otimização da força de trabalho”. Cerca de 2 mil funcionários dos Correios em todo o país foram atingidos pela decisão da diretoria da empresa. A suspensão da aplicação da medida só é válida para os membros da Associação dos Profissionais dos Correios, que impetrou ação civil pública contra a medida na Justiça do Trabalho.
Para a magistrada, a transferência dos empregados para unidades operacionais sem correlação de cargo, carreira ou função, com aqueles para os quais os empregados prestaram concurso público pode ter ferido regra interna dos Correios e a Constituição Federal. Por isso, ela entendeu que a legalidade e constitucionalidade das circulares devem ser analisadas ao longo do trâmite processual e com o exercício da ampla defesa e contraditório. “Diante deste cenário, não se deve permitir a transferência de empregados sem a análise pormenorizada da situação de destino.”

A advogada Adriene Hassen, do escritório Cézar Britto & Advogados Associados e Reis Figueiredo & Advogados Associados, representou a associação no caso. Para ela, a decisão da diretoria dos Correios é arbitrária porque os funcionários não podem exercer funções diferentes daquelas listadas no concurso público que prestaram para ingresso na empresa.




FONTE:http://www.conjur.com.br/2017-mai-11/liminar-barra-transferencia-ilegal-funcionarios-correios



PRESIDENTE DOS CORREIOS DIZ QUE MONOPÓLIO É INSUSTENTÁVEL

Guilherme Campos: para ele, a crise nos Correios é decorrente das transformações tecnológicas que alteraram a forma de comunicação e afetaram as empresas do setor em todo o mundo (Marcelo Camargo/ Agência Brasil/Agência Brasil)
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou hoje (11) em audiência pública na Câmara dos Deputados que a situação financeira da empresa ainda é muito delicada.

O presidente afirmou que, na última década, a empresa só não registrou deficit no resultado operacional em cinco anos e adiantou que o ano de 2016 deve registrar novo prejuízo.
“A dramaticidade dos números dos Correios é muito forte, nós tivemos em 2015 um prejuízo de R$ 2,1 bilhões. O ano de 2016 não é diferente disso, é um ano onde se coloca mais um prejuízo, o número não está fechado, mas também é da ordem de R$ 2 bilhões” disse.
Os Correios tem cerca de 11 mil agências (entre próprias, comunitárias e franqueadas) instaladas em 5.570 municípios do país. Há 354 anos, a empresa detém o monopólio dos serviços postais do país. Atualmente, os Correios tem 117 mil funcionários, sendo que mais de 60 mil são carteiros.
Para Campos, a crise nos Correios é decorrente das transformações tecnológicas que alteraram a forma de comunicação e afetaram as empresas do setor em todo o mundo. Ele avaliou que o modelo de monopólio é insustentável e precisa ser modernizado.
Campos voltou a apontar a retirada de mais de R$ 6 bilhões do caixa da empresa para antecipação de dividendos ao Tesouro, entre 2007 e 2013, como uma das causas para o agravamento da dificuldade financeira. E citou ainda a recente greve nacional promovida pelos funcionários entre os dias 26 de abril e 9 de maio. Segundo Campos, a paralisação resultou em prejuízos de pelo menos R$ 6 milhões por dia.
O presidente da estatal elogiou a decisão dos trabalhadores de encerrar a greve nacional e disse que várias ações para minimizar os prejuízos já estão sendo tomadas.

Empregados

No entanto, para o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, José Rivaldo da Silva, as medidas tomadas pela direção da empresa não são suficientes e seguem na direção da privatização da empresa. O representante dos empregados disse ainda que a decisão de voltar ao trabalho não é um recuo e que os sindicatos querem continuar promovendo ações para discutir formas de retomar o crescimento da empresa.
“Iniciamos o movimento de greve dando um recado de que não vamos pagar essa conta. E paramos a greve porque entendemos que era necessário parar naquele momento, mas não recuamos não. Não queremos discutir retirada de direitos, queremos discutir a retomada do crescimento, a criação de novos serviços e a recuperação da empresa”, disse Rivaldo.
O sindicalista criticou as indicações políticas para cargos de gestão da empresa e a decisão da presidência de suspender as férias dos funcionários e de cancelar serviços como o e-sedex. Rivaldo ainda classificou de assédio o anúncio do programa de demissão voluntária – que deve reduzir o número de funcionários para 113 mil -, e a redução de benefícios como a possibilidade de perda do custeio do plano de saúde pela empresa.

Dieese

O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Max Leno, também contestou o argumento de deficit apresentado por Campos. O especialista apresentou dados que mostram que entre 2011 e 2016, a despesa e receita total dos Correios cresceram 53,5% e 32,8%, respectivamente.
Leno explicou que a retração dos Correios começou em 2015 com a forte crise que afetou a economia brasileira e a capacidade de investimentos das grandes empresas do país. O economista afirmou ainda que medidas para redução de gastos tiveram maior impacto no deficit registrado em 2015 e que a despesa com pessoal está dentro da média mundial apresentada pelo segmento postal.

A crise da empresa tem sido tema de debate em diferentes comissões na Câmara com a presença de representantes de diferentes sindicatos de trabalhadores, especialistas e integrantes da empresa. O próximo debate deve ocorrer na Comissão de Direitos Humanos.
FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/presidente-dos-correios-diz-que-monopolio-e-insustentavel/

sábado, 6 de maio de 2017

TERRAS INDÍGENAS - CAMPANHA DEMARCAÇÃO JÁ !!!



Direito originário

Em que consiste o direito originário dos povos indígenas às terras que ocupam?

Ainda no século XVII, a Coroa Portuguesa havia editado diplomas legais que visavam coadunar o processo de colonização com o resguardo de direitos territoriais dos povos indígenas, a exemplo do Alvará Régio de 1680, primeiro reconhecimento, pelo ordenamento jurídico do Estado português, da autonomia desses povos, seguido da Lei de 06 de junho de 1755, editada pelo Marquês de Pombal. Juntos, esses diplomas reconheceram o caráter originário e imprescritível dos direitos dos indígenas sobre suas terras, compondo o que o Direito Brasileiro dos séculos XIX e XX chamou de instituto do indigenato, base dos direitos territoriais indígenas posteriormente consagrados no art. 231 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB). O Alvará Régio de 1º de abril de 1680 assim consignava:

[...] E para que os ditos Gentios, que assim decerem, e os mais, que há de presente, melhor se conservem nas Aldeias: hey por bem que senhores de suas fazendas, como o são no Sertão, sem lhe poderem ser tomadas, nem sobre ellas se lhe fazer moléstia. E o Governador com parecer dos ditos Religiosos assinará aos que descerem do Sertão, lugares convenientes para neles lavrarem, e cultivarem, e não poderão ser mudados dos ditos lugares contra sua vontade, nem serão obrigados a pagar foro, ou tributo algum das ditas terras, que ainda estejão dados em Sesmarias e pessoas particulares, porque na concessão destas se reserva sempre o prejuízo de terceiro, e muito mais se entende, e quero que se entenda ser reservado o prejuízo, e direito os Índios, primários e naturais senhores delas.

Tal direito – congênito e originário – dos indígenas sobre suas terras, independente de titulação ou reconhecimento formal, consagrado ainda no início do processo de colonização, foi mantido no sistema legal brasileiro, por meio da Lei de Terras de 1850 (Lei 601 de 1850), do Decreto 1318, de 30 de janeiro de 1854 (que regulamentou a Lei de Terras), da Lei nº 6.001/73, das Constituições de 1934, 1937 e 1946 e da Emenda de 1969.

Todavia, até os anos 1970, a demarcação das terras indígenas, amparada na Lei 6001/73 (Estatuto do Índio) pautava-se pelo modelo da sociedade dominante, qual seja, a moradia fixa associada exclusivamente ao trabalho agrícola, desconsiderando que a subsistência de vários povos baseia-se na caça, na pesca e na coleta, atividades que exigem extensões mais amplas que o contorno imediato das aldeias. Desse modo, a perspectiva etnocêntrica e assimilacionista vigorou na tradição do direito até 1988 quando, devido à luta do movimento indígena e de amplos setores da sociedade civil, em meio ao processo de redemocratização do país, foi sancionado na nova Constituição o princípio da diversidade cultural como valor a ser respeitado e promovido, superando-se definitivamente o paradigma da assimilação e a figura da tutela dos povos indígenas.

Nos anos 1990, a garantia do direito originário dos povos indígenas às suas terras passou a se alicerçar sobre o estudo minucioso da territorialidade dos diferentes povos indígenas, considerando-se não apenas seus usos passados e presentes, mas também a perspectiva de uso futuro, tudo isso "segundo seus usos, costumes e tradições", conforme o artigo 231 do texto constitucional.


Por que demarcar?
Por que demarcar terras indígenas?

Ordenamento fundiário

A demarcação de terras indígenas contribui para a política de ordenamento fundiário do Governo Federal e dos Entes Federados, seja em razão da redução de conflitos pela terra, seja em razão de que os Estados e Municípios passam a ter melhores condições de cumprir com suas atribuições constitucionais de atendimento digno a seus cidadãos, com atenção para às especificidades dos povos indígenas.

Isso se dá a partir de políticas específicas, incentivos fiscais e repasse de recursos federais exclusivamente destinados às terras indígenas e às políticas indigenistas desenvolvidas dentro e fora das terras indígenas (como, por exemplo: ICMS ecológico, repasses relacionados à gestão territorial e ambiental de terras indígenas, repasses relacionados à educação escolar indígena, recursos relacionados às políticas habitacionais voltadas às terras indígenas, recursos destinados a ações de etnodesenvolvimento, fomento à produção indígena e assistência técnica agrícola em terras indígenas etc.). Especialmente nos estados e municípios localizados em faixa de fronteira, a demarcação de terras indígenas garante uma maior presença e controle estatal nessas áreas especialmente vulneráveis e, em muitos casos, de remoto acesso.

Garantia da diversidade étnica e cultural

A demarcação das terras indígenas também beneficia, indiretamente, a sociedade de forma geral, visto que a garantia e a efetivação dos direitos territoriais dos povos indígenas contribuem para a construção de uma sociedade pluriétnica e multicultural. Ademais, a proteção ao patrimônio histórico e cultural brasileiro é dever da União e das Unidades Federadas, conforme disposto no Art. 24, inciso VII da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. As terras indígenas são áreas fundamentais para a reprodução física e cultural dos povos indígenas, com a manutenção de seus modos de vida tradicionais, saberes e expressões culturais únicos, enriquecendo o patrimônio cultural brasileiro.

Conservação ambiental

Beneficiam-se, ademais, a sociedade nacional e mundial com a demarcação das terras indígenas, visto que tal medida protetiva consolida e contribui para a proteção do meio ambiente e da biodiversidade, bem como para o controle climático global, visto que as terras indígenas representam as áreas mais protegidas ambientalmente (segundo dados PPCDAM - Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, 2004-2012), localizadas em todos os biomas brasileiros. Assim, a demarcação de terras indígenas também contribui para que seja garantida a toda população brasileira e mundial um meio ambiente ecologicamente equilibrado, nos termos do art. 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

FONTE:

LETRA DA CAMPANHA DEMARCAÇÃO JÁ


Já que depois de mais de cinco séculos
E de ene ciclos de etnogenocídio,
O índio vive, em meio a mil flagelos,
Já tendo sido morto e renascido,
Tal como o povo kadiwéu e o panará –
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que diversos povos vêm sendo atacados,
Sem vir a ver a terra demarcada,
A começar pela primeira no Brasil
Que o branco invadiu já na chegada:
A do tupinambá –
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que, tal qual as obras da Transamazônica,
Quando os milicos os chamavam de silvícolas,
Hoje um projeto de outras obras faraônicas,
Correndo junto da expansão agrícola,
Induz a um indicídio, vide o povo kaiowá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que tem bem mais latifúndio em desmesura
Que terra indígena pelo país afora;
E já que o latifúndio é só monocultura,
Mas a T.I. é polifauna e pluriflora,
Ah!,
Demarcação já!
Demarcação já!
E um tratoriza, motosserra, transgeniza,
E o outro endeusa e diviniza a natureza:
O índio a ama por sagrada que ela é,
E o ruralista, pela grana que ela dá;
Hum… Bah!
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que por retrospecto só o autóc-
Tone mantém compacta e muito intacta,
E não impacta, e não infecta, e se
Conecta e tem um pacto com a mata
–Sem a qual a água acabará –,
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra que não deixem nem terras indígenas
Nem unidades de conservação
Abertas como chagas cancerígenas
Pelos efeitos da mineração
E de hidrelétricas no ventre da Amazônia, em Rondônia, no Pará…
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que “tal qual o negro e o homossexual,
O índio é ´tudo que não presta´”, como quer
Quem quer tomar-lhe tudo que lhe resta,
Seu território, herança do ancestral,
E já que o que ele quer é o que é dele já,
Demarcação, “tá”?
Demarcação já!
Pro índio ter a aplicação do Estatuto
Que linde o seu rincão qual um reduto,
E blinde-o contra o branco mau e bruto
Que lhe roubou aquilo que era seu,
Tal como aconteceu, do pampa ao Amapá,
Demarcação lá!
Demarcação já!
Já que é assim que certos brancos agem:
Chamando-os de selvagens, se reagem,
E de não índios, se nem fingem reação
À violência e à violação
De seus direitos, de Humaitá ao Jaraguá;
Demarcação já!
Demarcação já!
Pois índio pode ter Ipad, freezer,
TV, caminhonete, “voadeira”,
Que nem por isso deixa de ser índio
Nem de querer e ter na sua aldeia
Cuia, canoa, cocar, arco, maracá.
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra que o indígena não seja um indigente,
Um alcoólatra, um escravo ou exilado,
Ou acampado à beira duma estrada,
Ou confinado e no final um suicida,
Já velho ou jovem ou – pior – piá.
Demarcação já!
Demarcação já!
Por nós não vermos como natural
A sua morte sociocultural;
Em outros termos, por nos condoermos –
E termos como belo e absoluto
Seu contributo do tupi ao tucupi, do guarani ao guaraná.
Demarcação já!
Demarcação já!
Pois guaranis e makuxis e pataxós
Estão em nós, e somos nós, pois índio é nós;
É quem dentro de nós a gente traz, aliás,
De kaiapós e kaiowás somos xarás,
Xará.
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra não perdermos com quem aprender
A comover-nos ao olhar e ver
As árvores, os pássaros e rios,
A chuva, a rocha, a noite, o sol, a arara
E a flor de maracujá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Pelo respeito e pelo direito
À diferença e à diversidade
De cada etnia, cada minoria,
De cada espécie da comunidade
De seres vivos que na Terra ainda há,
Demarcação já!
Demarcação já!
Por um mundo melhor ou, pelo menos,
Algum mundo por vir; por um futuro
Melhor ou, oxalá, algum futuro;
Por eles e por nós, por todo mundo,
Que nessa barca junto todo mundo “tá”,
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que depois que o enxame de Ibirapueras
E de Maracanãs de mata for pro chão,
Os yanomami morrerão deveras,
Mas seus xamãs seu povo vingarão,
E sobre a humanidade o céu cairá,
Demarcação já!
Demarcação já!
Já que, por isso, o plano do krenak encerra
Cantar, dançar, pra suspender o céu;
E indígena sem terra é todos sem a Terra,
É toda a civilização ao léu
Ao deus-dará.
Demarcação já!
Demarcação já!
Sem mais embromação na mesa do Palácio,
Nem mais embasso na gaveta da Justiça,
Nem mais demora nem delonga no processo,
Nem retrocesso nem pendenga no Congresso,
Nem lengalenga, nenhenhém nem blablablá!
Demarcação já!
Demarcação já!
Pra que nas terras finalmente demarcadas,
Ou autodemarcadas pelos índios,
Nem madeireiros, garimpeiros, fazendeiros,
Mandantes nem capangas nem jagunços,
Milícias nem polícias os afrontem.
Vrá!
Demarcação ontem!
Demarcação já!
E deixa o índio, deixa o índio, deixa os índios lá.
Cantam:

Chico César
Maria Bethânia
Nando Reis
Zeca Baleiro
Margareth Menezes
Zélia Duncan
Dona Onete
Felipe Cordeiro
Elza Soares
Lenine
Arnaldo Antunes
Céu
Zeca Pagodinho
Gilberto Gil
Ney Matogrosso
Tetê Espíndola
Djuena Tikuna
Marlui Miranda
Letícia Sabatella
Lira
Zé Celso Martinez Correia
Criolo
Baiana System (Russo Passapusso)
Edgard Scandurra
FONTE:



quinta-feira, 4 de maio de 2017

MAIS UMA PROPOSTA RIDÍCULA DOS CORREIOS


FONTE: MRL NOTÍCIAS



GREVE DOS CORREIOS ENTRA NO 8º DIA SEM ACORDO NAS NEGOCIAÇÕES

Caminhões e carros são vistos parados na agência central dos Correios na Vila Leopoldina, em São Paulo, no primeiro dia de paralisação (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo)


greve dos Correios entrou em seu 8º dia nesta quinta-feira (4) com o impasse nas negociações entre a estatal e os representantes sindicais dos trabalhadores.

Está prevista para esta quinta-feira uma reunião entre a direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e o presidente dos Correios, Guilherme Campos.


Nesta quarta, reunião entre os Correios e as representações sindicais no Tribunal Superior do Trabalho (TST) terminou sem acordo.

Os Correios informaram que a paralisação, ainda que parcial, acarreta um potencial de perda de aproximadamente R$ 6,5 milhões por dia aos cofres da estatal.

Segundo a estatal, integrantes da Fentect bloquearam na quarta-feira o acesso ao edifício-sede da empresa em Brasília, tentando impedir a entrada de funcionários.

Proposta de negociação apresentada pelos Correios no dia 1º foi levada para assembleias dos sindicatos dos trabalhadores filiados à Fentect, que orientou pela rejeição da proposta e continuidade da greve.

No momento, somente os estados do Amapá, Roraima e Rio Grande do Sul continuam fora da greve. De acordo com a Fentect, a adesão à paralisação envolve carteiros, atendentes, administrativos, técnicos e trabalhadores de nível superior.

Os funcionários das agências franqueadas, que são terceirizados, não participam da greve. A empresa possui atualmente cerca de 6.500 agências próprias, além de mais de 1 mil franqueadas.

Segundo a estatal, a paralisação concentra-se principalmente, na área operacional, sendo que 86,31% do efetivo total no Brasil está presente e trabalhando.

Reivindicações

Os representantes dos trabalhadores pedem a retirada da mediação do TST sobre os planos de saúde, revogação da suspensão das férias, debate sobre a situação econômica da empresa, revogação da entrega alternada e otimização de atividade interna, suspensão das ameaças de demissão motivada e privatização, suspensão do fechamento das 250 agências e a criação de comissão com a participação dos trabalhadores para tratar sobre o tema.

A estatal tenta implantar um novo formato para o plano de saúde dos funcionários, o Postal Saúde. A empresa alega que esse custeio é o responsável pela maior parte do déficit registrado nos últimos anos na estatal. Hoje a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%.

Quanto ao plano de saúde, os Correios propõem que os sindicatos apresentem uma contraproposta. Caso haja acordo, os Correios retirarão a solicitação de mediação que haviam feito junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Os Correios voltaram atrás em relação à decisão de suspender as férias dos trabalhadores. A estatal prevê a revogação da medida por 90 dias e disse que pagará até R$ 3,5 mil para os empregados que forem tirar férias em maio, junho e julho. O restante dos valores será parcelado. Os sindicatos querem que as férias sejam mantidas.

A estatal também disse que vai descontar as faltas dos funcionários na última sexta-feira (28) e exigirá compensação dos funcionários que faltaram nos últimos dias.

Os Correios informaram que se dispuseram a suspender as novas implantações de medidas operacionais como a distribuição domiciliária alternada, entrega matutina e organização das atividades internas e que essas medidas serão negociadas em comissão a ser formada com essa finalidade. Os casos locais e os que apresentarem maior dificuldade serão prioridade na negociação.



Crise nos Correios

Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta.
Nos últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.

Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.

Os Correios planejam também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos. Segundo os Correios, o fechamento dessas agências acontecerá sobretudo nos grandes centros urbanos.

No dia 20 de abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados está na pauta e vem sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.

Nesta quinta-feira, no entanto, foi anunciada a escolha da organizadora do próximo concurso dos Correios para as áreas de saúde, segurança e engenharia para os cargos de auxiliar de enfermagem do trabalho júnior, técnico de segurança do trabalho júnior, enfermeiro do trabalho júnior, engenheiro de segurança do trabalho júnior e médico do trabalho júnior. O número de vagas e salários não foram divulgados.

O último concurso dos Correios foi realizado em 2011 para 9,1 mil vagas.

FONTE:http://g1.globo.com/economia/noticia/greve-dos-correios-entra-no-8-dia-sem-acordo-nas-negociacoes.ghtml